Construamos a Paz!

Construamos a Paz!

“O constante contato com a violência e a agressividade, seja em caráter individual ou através das notícias veiculadas por todos os meios de comunicação, quase sempre apresentadas de forma alarmante, vem desgastando consideravelmente o ser humano.

Nas situações em que essa violência gera um impacto pessoal e social maior, esse ser humano se angustia e parte em busca da paz. Nesse momento constata que a paz por todos nós buscada não se acha pronta: é necessário construí-la.

Na conversação que mantinha com os discípulos pouco antes de iniciar o seu calvário, Jesus observou: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou, não vo-la dou como o mundo a dá; ” (João,14:27) Realmente a paz que o mundo nos dá é ainda marcada com a ideia da ausência de guerra, de doença e de dor, e também com a imagem da inatividade, da preguiça, do comodismo.

A paz que Jesus nos deixa, todavia, caracteriza-se pela vivência das Leis Morais que Ele nos ensinou e exemplificou. Leis essas que são incompatíveis com a inércia, com o egoísmo, com o orgulho e com os caprichos pessoais.

A prática da Lei de Amor, que o Evangelho nos revela, implica uma ação permanente voltada ao propósito de nos melhorar, não apenas no que diz respeito à conquista de conhecimentos, que ainda não possuímos, mas, acima de tudo, à conquista de valores morais que nos permitam conviver em harmonia com a nossa própria consciência – onde está escrita a Lei de Deus, como esclarecem os Espíritos Superiores. (LE questão 621)  Para conquistar a paz que buscamos, não é, pois, suficiente deixar de fazer o mal; é necessário fazer o bem no limite das nossas forças.

Sem dúvida, a paz que necessitamos e que buscamos se encontra dentro de nós, e a desenvolveremos colocando em prática a máxima: “Fora da Caridade não há salvação.” Mesmo que ao nosso redor ocorra a violência e a miséria, se estivermos sinceramente empenhados em trabalhar pelo nosso próprio aprimoramento, amando o próximo e auxiliando-o nas suas carências, estaremos vivenciando, tanto quanto nos seja possível, a Lei de Amor, estaremos em paz com Deus e, por consequência, em paz conosco mesmos;

Jesus encerra a conversação com os discípulos a que nos referimos, com a seguinte observação: “Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo. ” (João, 16: 33)

Se quisermos realmente encontrar a verdadeira paz, aprendamos a construí-la em nós mesmos, promovendo e fazendo o bem, tendo por diretriz a prática do Evangelho. ”

(Extraído da Revista Reformador de Janeiro de 2006 – Editorial) 

Recomecemos

“Ninguém põe remendo de pano novo em vestido velho” – Jesus. (Mateus, 9 : 16.)

“Não conserves lembranças amargas.

Viste o sonho desfeito.

Escutaste a resposta de fel.

Suportaste a deserção dos que mais amas.

Fracassaste no empreendimento.

Colheste abandono.

Padeceste desilusão.

Entretanto, recomeçar é benção na Lei de Deus.

A possibilidade da espiga ressurge na sementeira.

A água, feita vapor, regressa da nuvem para a riqueza da fonte.

Torna o calor da primavera, na primavera seguinte.

Inflama-se o horizonte, cada manhã, com o fulgor do Sol, reformando o valor do dia.

Janeiro a Janeiro, renova-se o ano, oferecendo novo ciclo ao trabalho.

É como se tudo estivesse a dizer : “Se quiseres, podes recomeçar “.

Disse, porém, o Divino Amigo que ninguém aproveita remendo novo em pano velho.

Desse modo, desfaze-te do imprestável.

Desvencilha-te do inútil.

Esquece os enganos que te assaltaram.

Deita fora as aflições improfícuas.

Recomecemos, pois, qualquer esforço com firmeza, lembrando-nos, todavia, de que tudo volta, menos a oportunidade esquecida, que será sempre uma perda real.”

(extraído do livro Palavras de Vida Eterna, de Emmanuel por Francisco Cândido Xavier)

É um tempo de reflexão. Conforme nos orienta Santo Agostinho em O Livro dos Espíritos nas questões 919 e 919-A, que quando formos dormir, devemos analisar como foi o nosso dia, os nossos acertos e os nossos erros, não para que nos sintamos culpados, mas que possamos nos autoconhecer, e dessa forma empreender um esforço em nossa Reforma Íntima, afinal, somente poderemos corrigir e melhorar se conhecermos e aceitarmos as nossas sombras.

A chegada de um novo ano propicia naturalmente este balanço, quando então fazemos os novos projetos de vida. Também é o momento de agradecer todas as benesses recebidas e ter Esperança no porvir.

Para que possamos ter um feliz 2019, temos que iniciar conosco próprios. Diz o ditado que se você deseja mudar o mundo, seja você a mudança;

O dia 1º de Janeiro, é o dia Mundial da Paz, se queremos a Paz, temos que iniciar trabalhando a Paz em nós, temos que nos tornar pacíficos, dessa forma teremos um Planeta pacificado.

Podemos iniciar com pequenos gestos e atitudes, utilizando a água da paz, toda a vez que sintamos que vamos falar algo que venha a ferir ou a magoar o nosso irmão. Receita de Chico Xavier.

Vamos aproveitar esse nosso momento, para darmos o “pontapé” inicial em nossa Reforma Íntima.

Afinal, reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar as suas más inclinações. ”

SUGESTÃO DE LEITURA:

  • Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. XVII “Sede Perfeitos”, item 4; Os Bons Espíritas.
  • Boa Nova. Cap. VIII Bom Ânimo, de Humberto de Campos por Francisco Cândido Xavier.

Muita paz!


  • Editorial – Revista Reformador – Janeiro de 2006 – acervo da Revista Reformador – FEB
  • XAVIER, Francisco Cândido Xavier. Boa Nova 17ª ed. Brasília – DF, FEB, 1987.
  • KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo, 124ª ed. Brasília – DF, 2004.
  • KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos, 90ª ed. Brasília – DF, 2007.
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