Valorização da Vida

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O objetivo da evolução, a razão de ser da vida não é a felicidade terrestre, como muitos erradamente creem, mas o aperfeiçoamento de cada um de nós, e esse aperfeiçoamento devemos realizá-lo por meio do trabalho, do esforço, de todas as alternativas da alegria e da dor, até que nos tenhamos desenvolvido completamente e elevado ao estado celeste.”– Léon Denis, O problema do ser, do destino e da dor, primeira parte, Cap. IX, página 110.

No livro O Evangelho segundo o Espiritismo, Cap. V, “Bem-aventurados os aflitos”, item 20, o Espírito François-Nicolas-Madelaine nos fala que “A felicidade não é deste mundo”. E nem tampouco a fortuna, o poder e a juventude em flor, são condições essenciais da felicidade. “Neste mundo, seja quem for, cada qual tem a sua parte de trabalho e de miséria, seu quinhão de sofrimento e desengano. Pelo que é fácil chegar-se à conclusão de que a Terra é um lugar de provas e de expiações.” Neste item 20, o Espírito esclarece que “se a morada terrena se destina a provas e expiações, é forçoso admitir que existem, além, moradas mais favorecidas, em que o Espírito do homem, ainda prisioneiro de um corpo material, desfruta em sua plenitude as alegrias inerentes à vida humana. Foi por isso que Deus semeou, no vosso turbilhão, esses belos planetas superiores para os quais os vossos esforços e as vossas tendências vos farão um dia gravitar, quando estiverdes suficientemente purificados e aperfeiçoados.

A lei de justiça requer que, por sua vez, sejam emancipadas, libertadas da vida inferior todas as almas. Todo ser que chega à plenitude da consciência deve trabalhar para preparar aos seus irmãos uma vida suportável, um estado social que só comporte a soma de males inevitáveis. Esses males, necessários ao funcionamento da lei de educação geral, nunca deixarão de existir em nosso mundo, representam uma das condições da vida terrestre. A matéria é o obstáculo útil; provoca o esforço e desenvolve a vontade; contribui para a ascensão dos seres, impondo-lhes necessidades que os obrigam a trabalhar. Como, sem a dor, havíamos de conhecer a alegria; sem a sombra, apreciar a luz; sem a privação, saborear o bem adquirido, a satisfação alcançada? Eis aqui a razão por que encontramos dificuldades de toda sorte em nós e em volta de nós.”– Léon Denis, O problema do ser, do destino e da dor, primeira parte, Cap. IX, páginas 110 e 111.

E, ainda no item 20, ele nos conforta afirmando que “Não obstante, não se deduza das minhas palavras que a Terra esteja sempre destinada a servir de penitenciária. Não, por certo! Porque, do progresso realizado podeis facilmente deduzir o que será o progresso futuro, e das melhoras sociais já conquistadas, as novas e mais fecundas melhoras que virão. Essa é a tarefa imensa que deve ser realizada pela nova doutrina que os Espíritos vos revelaram.

O livro O Evangelho segundo o Espiritismo, Cap. XXV, “Buscai e Achareis”, itens 1 a 5, “Ajuda-te, e o Céu te ajudará”, nos esclarece que este título “É o princípio da lei do trabalho, e por conseguinte, da lei do progresso. Porque o progresso é produto do trabalho, desde que é este que põe em ação as forças da inteligência.” No item 3 Kardec coloca que “Se Deus tivesse liberado o homem do trabalho físico, seus membros seriam atrofiados; se o livrasse do trabalho intelectual, seu espírito permaneceria na infância, nas condições instintivas do animal. Eis porque ele fez do trabalho uma necessidade, e lhe disse. Busca e acharás; trabalha e produzirás; e dessa maneira serás filho das tuas obras, terás o mérito da sua realização, e serás recompensado segundo o que tiveres feito.” No item 4 veremos que “(…) os espíritos não vêm livrar o homem da lei do trabalho, mas mostrar-lhe o alvo que deve atingir e a rota que o leve a ele , dizendo: Marcha e atingirás! Encontrarás pedras nos teus passos; mantém-te vigilante, e afasta-as por ti mesmo! Nós te daremos a força necessária, se quiseres emprega-la.” No item 5 encontramos que “Segundo a compreensão moral, essas palavras de Jesus significam o seguinte: Pedi a luz que deve clarear o vosso caminho, e ela vos será dada; pedia a força de resistir ao mal, e a tereis; pedi a assistência dos Bons Espíritos, e eles virão ajudar-vos, e como o anjo de Tobias, vos servirão de guias: pedi bons  conselhos, e jamais vos serão recusados; batei à nossa porta, e ela vos será aberta; mas pedi sinceramente, com fé, fervor e confiança; apresentai-vos com humildade e não com arrogância, sem o que sereis abandonados às vossas próprias forças, e as próprias quedas que sofrerdes constituirão a punição do vosso orgulho. É esse o sentido dessas palavras do Cristo: Buscai e achareis, batei e abrir-se-vos-á.

Há em nós uma surda aspiração, uma íntima energia misteriosa que nos encaminha para as alturas, que nos faz tender para destinos cada vez mais elevados, que nos impele para o belo e para o bem. É a lei do progresso, a evolução eterna, que guia a Humanidade através das idades e aguilhoa a cada um de nós, porque a Humanidade são as próprias almas, que, de século em século, voltam para prosseguir, com o auxílio de novos corpos preparando-se para mundo melhores, em sua obra de aperfeiçoamento. A história de uma alma não difere da história da Humanidade; só a escala difere: a escala das proporções.”– Léon Denis, O problema do ser, do destino e da dor, primeira parte, Cap. IX, páginas 111 e 112.

Kardec, nos itens de 14 a 16, “O Suicídio e a Loucura”, do livro O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. V, “Bem-aventurados os aflitos”, nos fala da prevenção do suicídio e da loucura: “A calma e a resignação adquiridas na maneira de encarar a vida terrena, e a fé no futuro, dão ao Espírito uma serenidade que é o melhor preservativo da loucura e do suicídio. Com efeito, a maior parte dos casos de loucura são provocados pelas vicissitudes que o homem não tem forças de suportar. (…)” No item 15, Kardec explica que “O mesmo se dá com o suicídio. Se excetuarmos os que se verificam por força da embriaguez e da loucura, e que podemos chamar de inconscientes, é certo que, sejam quais forem os motivos particulares, a causa geral é sempre o descontentamento. Ora, aquele que está certo de ser infeliz apenas um dia, e de se encontrar melhor nos dias seguintes, facilmente adquire paciência. Ele só se desespera se não vê um termo para os seus sofrimentos. E o que é a vida humana, em relação à eternidade, senão bem menos que um dia?” No item 16, Kardec fala sobre os incentivadores do suicídio quando explica que “A incredulidade, a simples dúvida quanto ao futuro, as ideias materialistas, em uma palavra, são os maiores incentivadores do suicídio: elas produzem a frouxidão moral. (…) Com o Espiritismo, a dúvida não sendo mais permitida, modifica-se a visão da vida. O crente sabe que a vida se prolonga indefinidamente para além do túmulo, mas em condições inteiramente novas. Daí a paciência e a resignação, que muito naturalmente afastam a ideia do suicídio. Daí, numa palavra, a coragem moral.” Para concluir, no item 17, Kardec nos mostra outro resultado positivo do Espiritismo, dizendo: “Ele nos mostra os próprios suicidas revelando a sua situação infeliz, e prova que ninguém pode violar impunimente a lei de Deus, que proíbe ao homem abreviar a sua vida. Entre os suicidas, o sofrimento temporário, em lugar do eterno, nem por isso é menos terrível, e sua natureza dá o que pensar a quem quer que seja tentado a deixar este mundo antes da ordem de Deus. O espírita tem, portanto, para opor à ideia do suicídio, muitas razões: a certeza de uma vida futura, na qual ele sabe que será tanto mais feliz quanto mais infeliz e mais resignado tiver sido na Terra; a certeza de que, abreviando sua vida, chega a um resultado inteiramente contrário ao que esperava; que foge de um mal para cair noutro ainda pior, mais demorado e mais terrível; que se engana ao pensar que, ao se matar, irá mais depressa para o céu; que o suicídio é um obstáculo à reunião, no outro mundo, com as pessoas de sua afeição, que lá espera encontrar. De tudo isso resulta que o suicídio, só lhe oferecendo decepções, é contrário aos seus próprios interesses.” 

O Espírito molda a matéria, comunica-lhe a vida e a beleza. É por isso que a evolução é, por excelência, uma lei de estética. As formas adquiridas são o ponto de partida de formas mais belas. Tudo se liga. A véspera prepara o dia seguinte; o passado gera o futuro. A obra humana, reflexo da obra divina, expande-se em formas cada vez mais perfeitas. (…) Mais tarde, enternecidas pelas chuvas e pelas rajadas da adversidade, amadurecidas pelos raios do sol divino, saem da sombra dos tempos, da obscuridade das vidas inumeráveis e eis que suas faculdades desabrocham em feixes deslumbrantes; a sua inteligência revela-se em obras que são como que o reflexo do Gênio divino.”– Léon Denis, O problema do ser, do destino e da dor, primeira parte, Cap. IX, página 112 

D. Yvonne Pereira, no livro Memórias de um suicida, nos traz a mensagem de Camilo Castelo Branco que, ao se preparar para reencarnar, ouviu sua alma murmurando a si própria: “Coragem, peregrino do pecado! Volta ao ponto de partida e reconstrói o teu destino e virtualiza o teu caráter aos embates remissores da dor educadora! Sofre e chora resignado, porque tuas l‘‘grimas serão o manancial bendito no qual se irá dessedentar tua consciência sequiosa de paz! Deixa que teus pés sangrem entre os cardos e as arestas dos infortúnios das reparações terrenas; que teu coração se despedace nas forjas da adversidade; que tuas horas se envolvam no negro manto das desilusões, calcadas de angústias e solidão! Mas tem paciência e sê humilde, lembrando-te de que tudo isso é passageiro, tende a se modificar com o teu reajustamento às sagradas leis que infringiste… e aprende, de uma vez para sempre, que és imortal e que não será pelos desvios temerários do suicídio que a criatura humana encontrará o porto da verdadeira felicidade…

Assim, caro leitor amigo, que no mês de setembro, desde 2014, por meio de identificação de locais públicos e particulares com a cor amarela e ampla divulgação de informações ocorre a Campanha “Setembro Amarelo”; uma campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio, com o objetivo direto de alertar a população a respeito da realidade do suicídio no Brasil e no mundo e suas formas de prevenção.

Para quem estiver interessado em conhecer a campanha e divulgá-la, clique aqui.

Veja também o que Haroldo Dutra Dias tem a dizer a respeito da Valorização da Vida.

Muita paz!


 

DENIS, Léon. O problema do ser, do destino e da dor. 32. ed. 1. imp. – Brasília: FEB, 2013.

KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. [tradução de Evandro Noleto Bezerra da 3.ed. francesa, revista, corrigida e modificada pelo autor em 1866]. – 2.ed. – 3.imp. – Brasília: FEB, 2015.

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