“Necessário se faz o esclarecimento de que mediunidade é muito mais que o intercâmbio com os irmãos desencarnados. Pode-se dizer que esta é apenas uma face do talento mediúnico, que, para ter um encaminhamento coerente com as orientações de Jesus Cristo – o Médium de Deus -, exige do candidato à mediunidade grande esforço e persistência para desenvolver virtudes que alicerçarão uma edificação responsável, ante a tarefa de servir ao próximo por meio desse talento (…) Desenvolver a mediunidade não pode ser considerado um passatempo para o preenchimento das horas vazias; antes, é um processo de educação íntima, em que os valores morais devem ser rigorosamente verticalizados, no perfeito movimento da vida que organiza a evolução do ser, ante sua necessidade de progredir segundo seu planejamento espiritual”.
PEREIRA, Yvonne do Amaral (Espírito). Aspectos da Mediunidade. In Mediunidade: tarefa com Jesus. Psicografado por Alda Maria. Belo Horizonte: Centro Espírita Manoel Felipe Santiago, 2012. Pag. 31/32.
A Mediunidade e a Música
“Na antiguidade judaica, muitas vezes se recorria à música para facilitar a prática da mediunidade. Eliseu reclama um tocador de harpa para poder profetizar (II Reis, III, 15), e a obscuridade era considerada propícia a essa ordem de fenômenos.”
“O eterno quer assistir na obscuridade”, diz Salomão, falando do lugar santo, por ocasião da consagração do Templo (Crôn., II, VI, 1), e é, com efeito, no santuário que se dão muitas vezes as manifestações: aí se mostra a “nuvem” (II, Paralip., v, 13, 14), e nele vê Zacarias o anjo que lhe prediz o nascimento de seu filho. (Lucas, I, 10 e seguintes).
“A música era igualmente empregada para acalmar as pessoas atuadas por algum mau Espírito, como o vemos com Saul, que a harpa do jovem David aliviava. (I, Samuel, XVI, 14-23.)”
A Mediunidade e sua prática na Antiguidade
“Apreciando em seu valor o dom da mediunidade, aplicavam-se então, como ainda hoje, a desenvolvê-la, com a diferença apenas de que o que hoje se faz limitadamente entre os espíritas, se praticava outrora em maior escala.” (…)
“A vida que aí se levava, toda de recolhimento, de meditação e prece, predispunha para as influências espirituais. Certos profetas prediziam o futuro; outros falando ao povo por inspiração, lhe excitavam o zelo religioso e o exortavam a uma vida moralizada.
A Mediunidade e suas expressões
“As expressões de que se serviam para indicar que se achavam possuídos pelo Espírito fazem lembrar o modo por que esses fenômenos continuam a produzir-se em nossos dias. “O peso, ou o Verbo do Senhor está sobre mim. O Espírito do Senhor entrou em mim. Eu vi, e eis o que diz o Senhor.” Recordemos que, nessa época, toda inspiração era considerada diretamente proveniente da Divindade. “O espírito caiu sobre ele”, diz ainda a Escritura a respeito de Sansão, cuja mediunidade tinha o característico da impetuosidade. (Juízes, XV, 14.)
NOTA: O livro “Cristianismo e Espiritismo”, de Léon Denis, cita esses trechos à cima na página 273, capítulo “7 – Os fenômenos espíritas na Bíblia”. Nas páginas seguintes, 274 e 275, abordam ainda diversos fenômenos mediúnicos que hoje conhecemos e que encontramos suas descrições na Bíblia. Vale conferir!