A Vida Não Cessa!

“A vida não cessa. A vida é fonte eterna e a morte é o jogo das ilusões.

O grande rio tem seu trajeto, antes do mar imenso. Copiando-lhe a expressão, a alma percorre igualmente caminhos variados e etapas diversas, também recebe afluentes de conhecimentos aqui e ali, avoluma-se em expressão e purifica-se em qualidade, antes de encontrar o Oceano Eterno da Sabedoria.

Oh! Caminhos das almas, misteriosos caminhos do coração! É mister percorrer-vos, antes de tentar a suprema equação da Vida Eterna! É indispensável viver o vosso drama, conhecer-vos detalhe a detalhe, no longo processo do aperfeiçoamento espiritual!…

Seria extremamente infantil a crença de que o simples ‘baixar do pano’ resolve transcendentes questões do Infinito. Uma existência é um ato. Um corpo, uma veste. Um século, um dia. Um serviço, uma experiência. Um triunfo, uma aquisição. Uma morte, um sopro renovador.

Quantas existências, quantos corpos, quantos séculos, quantos serviços, quantos triunfos, quantas mortes necessitamos ainda?” Mensagem de André Luiz-(Página 13)Nosso Lar.

Em O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. V, “Bem-aventurados os aflitos”, item 21, “Perda de pessoas amadas. Mortes prematuras”, o Espírito Sanson nos fala que quando a morte ceifa em nossas famílias, arrebatando sem restrições, os mais moços antes dos mais velhos, costumamos dizer: Deus não é justo, pois sacrifica um que está forte e tem grande futuro e conserva os que já viveram longos anos cheios de decepções; pois leva os que são úteis e deixa os que para nada mais servem; pois despedaça o coração de uma mãe, privando-a da inocente criatura que era toda a sua alegria.

Continuando, Sanson nos esclarece: Humanos, é nesse ponto que precisais elevar-vos acima do terra-a-terra da vida, para compreenderdes que o bem, muitas vezes, está onde julgais ver o mal, a sábia previdência onde pensais divisar a cega fatalidade do destino. Por que haveis de avaliar a justiça divina pela vossa? Podeis supor que o Senhor dos mundos se aplique, por mero capricho, a vos infligir penas cruéis? Nada se faz sem um fim inteligente e, seja o que for que aconteça, tudo tem a sua razão de ser. Se perscrutásseis melhor todas as dores que vos advêm, nelas encontraríeis sempre a razão divina, razão regeneradora, e os vossos miseráveis interesses se tornariam de tão secundária consideração, que os atiraríeis para o último plano.

Em vez de vos queixardes, regozijai-vos quando praza a Deus retirar deste vale de misérias um de seus filhos.

Não será egoístico desejardes que ele aí continuasse para sofrer convosco? Mães, sabei que vossos filhos bem-amados estão perto de vós; sim estão muito perto; seus corpos fluídicos vos envolvem, seus pensamentos vos protegem, a lembrança que deles guardais os transporta de alegria, mas também as vossas dores desarrazoadas os afligem, porque denotam falta de fé e exprimem uma revolta contra a vontade de Deus.

Vós, que compreendeis a vida espiritual, escutai as pulsações do vosso coração a chamar esses entes bem-amados e, se pedirdes a Deus que os abençoe, em vós sentireis fortes consolações, dessas que secam as lágrimas; sentireis aspirações grandiosas que vos mostrarão o porvir que o soberano Senhor prometeu.”

Ainda em O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. II, “Meu Reino não é deste mundo”, item 2, “A vida futura”, Kardec nos fala: (…) Com o Espiritismo, a vida futura deixa de ser simples artigo de fé, mera hipótese; torna-se uma realidade material, que os fatos demonstram, porquanto são testemunhas oculares os que a descrevem nas suas fases todas e em todas as suas peripécias, e de tal sorte que, além de impossibilitarem qualquer dúvida a esse propósito, facultam à mais vulgar inteligência a possibilidade de imaginá-la sob seu verdadeiro aspecto.

Continua Kardec em O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. II, “Meu Reino não é deste mundo”, item 5, “O ponto de vista”: A ideia clara e precisa que se faça da vida futura proporciona inabalável fé no porvir, fé que acarreta enormes consequências sobre a moralização dos homens, porque muda completamente o ponto de vista sob o qual encaram eles a vida terrena. Para quem se coloca, pelo pensamento, na vida espiritual, que é indefinida, a vida corpórea se torna simples passagem, breve estada num país ingrato. As vicissitudes e tribulações dessa vida não passam de incidentes que ele suporta com paciência, por sabê-las de curta duração, devendo seguir-se-lhes um estado mais ditoso. À morte nada mais restará de aterrador; deixa de ser a porta que se abre para o nada e torna-se a que dá para a libertação, pela qual entra o exilado numa mansão de bem-aventurança e de paz. Sabendo temporária e não definitiva a sua estada no lugar onde se encontra, menos atenção presta às preocupações da vida, resultando-lhe daí uma calma de espírito que tira àquela muito do seu amargor.

“Onde estão seus objetivos, seus ideais, seus propósitos de vida, o homem coloca o seu coração. E do seu modo de ver a existência, dependem, com certeza, sua alegria e sua gratidão pelos feitos que realizou e, até mesmo, pelos que não conseguiu realizar.

 Aqueles que traçam como objetivo de vida o desenvolvimento moral para que o progresso espiritual alicerce em seu íntimo os ensinamentos sagrados trazidos à Terra por nosso memorável mestre, Nosso Senhor Jesus Cristo. Estes, trazem a certeza da continuidade da existência, de que a vida prossegue além da morte e trabalham efetivamente com o propósito de se melhorar. Têm consciência de sua responsabilidade quanto ao desenvolvimento dos talentos que receberam de Deus Pai e de que a caridade deve ser o alicerce de sua relação com o próximo.

A virtude da fé é a luz que conduz seus passos na trajetória reencarnatória. Fé que alimenta seus atos, em conformidade com os mandamentos do Alto; fé que enxuga suas sofridas lágrimas; fé que embala seu coração nos momentos aflitivos; fé que colore seus dias, quando os raios do sol da esperança se escondem nas nuvens da angústia, afastadas logo pelos ventos que se fazem suaves à expressão da prece sincera.

O homem que traz em seu íntimo, bem fundado, o ponto de vista de que sua origem é divina, de que é Espírito eterno com passagens pela Terra para evoluir, caminha com determinação e perseverança, a passos firmes, e aguarda com serenidade o porvir, recebendo todos os revezes da sua encarnação como lições importantes para seu processo de elevação espiritual.” Do livro Estudando o Evangelho com Bezerra de Menezes-psicografia de Alda Maria Cap.II Meu reino não é deste mundo item 5-A morte nada mais terá de assustador.

Em O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. II, “Meu Reino não é deste mundo”, item 7, “O ponto de vista”, Kardec esclarece: “O Espiritismo dilata o pensamento e lhe rasga horizontes novos. Em vez dessa visão acanhada e mesquinha, que o concentra na vida atual, que faz do instante que vivemos na Terra único e frágil eixo do porvir eterno, ele, o Espiritismo, mostra que essa vida não passa de um elo no harmonioso e magnífico conjunto da obra do Criador. Mostra a solidariedade que conjuga todas as existências de um mesmo ser, todos os seres de um mesmo mundo e os seres de todos os mundos. Faculta assim uma base e uma razão de ser à fraternidade universal…”

SUGESTÃO DE LEITURA:

O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap.II, “Meu Reino não é deste mundo”, itens 1 a 8.

Estudando o Evangelho com Bezerra de Menezes-psicografia de Alda Maria Cap.II, neste capítulo Bezerra de Menezes através da psicografia de Alda Maria, nos mostra que a chegada da Doutrina Espírita, com sua mensagem de cunho esclarecedor e consolador por excelência, sustenta quantos a procuram, pois lhe oferece o entendimento racional das lições do Cristo, sem subterfúgios e atemorizações que possam fragilizar sua ligação com Deus. Vale a leitura!

Muita paz!


KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. [tradução de Guillon Ribeiro da 3.ed. francesa, revista, corrigida e modificada pelo autor em 1866]. – 129.ed. – Brasília: FEB, 2009.

André Luiz( Espírito).Nosso Lar. Francisco C.Xavier.18ª ed.Brasíla-DF:FEB,1987

Bezerra de Menezes (Espírito). Estudando o Evangelho com Bezerra de Menezes. Alda Maria. 1ªed. Belo Horizonte: Centro Espírita Manoel Felipe Santiago, 2014

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