Em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, no seu capítulo XXVII, item 7, Allan Kardec comenta: “Em geral, o homem apenas vê o presente; ora, se o sofrimento é de utilidade para a sua felicidade futura, Deus o deixará sofrer, como o cirurgião deixa que o doente sofra as dores de uma operação que lhe trará a cura.” “O que Deus lhe concederá sempre, se ele o pedir com confiança, é a coragem, a paciência, a resignação. Também lhe concederá os meios de se tirar por si mesmo das dificuldades, mediante ideias que fará lhe sugiram os bons Espíritos, deixando-lhe dessa forma o mérito da ação. Ele assiste os que se ajudam a si mesmos, de conformidade com esta máxima: “Ajuda-te, que o Céu te ajudará”; não assiste, porém, os que tudo esperam de um socorro estranho, sem fazer uso das faculdades que possui. Entretanto, as mais das vezes, o que o homem quer é ser socorrido por milagre, sem despender o mínimo esforço.” (Cap. XXV, nos 1 e seguintes.) E assim, pelas palavras tocadas pelo céu, trazemos um trecho do livro “Atendimento Fraterno”, da Equipe do Projeto Manoel Philomeno de Miranda, psicografado por Divaldo Franco, que em sua introdução, nos diz: [2] “Em Jesus temos o Atendimento Fraterno perfeito que, além de ter ensinado às multidões, através de Seus inolvidáveis recursos, deixou-nos preciosas lições dialogadas, através das quais o Seu verbo de luz socorreu os indivíduos, cada um conforme a sua necessidade: o Moço Rico, a Samaritana, a Mulher Equivocada, Zaqueu, Joana de Cusa e tantos outros, libertando a todos, que se fizeram heróis no futuro.”. “Se o Divino...
“Com efeito, Kardec mostra como o autoconhecimento é uma das premissas ao processo de busca pela perfeição moral, tendo Santo Agostinho deixado importantíssimas sugestões a respeito de como fazê-lo na questão 919 de O Livro dos Espíritos, (…)” “Vencido o medo da morte e conseguindo dar início ao processo de domínio das paixões, o homem está pronto para dar outro e simultâneo passo em direção à sua salvação: conhecer a si mesmo. Esta é uma tarefa e um projeto de vida que, longe de ter sido proposto originalmente pelo Espiritismo, já fazia parte da “cartilha” da sabedoria de grandes pensadores do passado, especialmente os gregos. Sócrates ficou famoso por ter consagrado a máxima “conhece-te a ti mesmo”, sendo esta uma das frases inscritas no pórtico do templo do deus grego Apolo, onde se localizava o Oráculo de Delfos. A mesma sabedoria encontramos ainda em Lao Tse: “Aquele que se conhece a si mesmo é verdadeiramente esclarecido”. A Doutrina Espírita abraça a tarefa do conhecimento de si mesmo com grande entusiasmo, dando a este aspecto uma importância central no papel de evolução do Espírito. Com efeito, Kardec mostra como o autoconhecimento é uma das premissas ao processo de busca pela perfeição moral, tendo Santo Agostinho deixado importantíssimas sugestões a respeito de como fazê-lo na questão 919 de O Livro dos Espíritos, assim como o Espírito La Fontaine também o fez em mensagem publicada na Revista Espírita de junho de 1863. Percebamos, no entanto, que para se conseguir desvendar a própria alma, questionar as próprias crenças, abandonar velhas ideias, rever convicções e assim despojar-se do “homem velho” através do processo de...
“O culto do Evangelho no lar não é uma inovação, é uma necessidade em toda parte onde o Cristianismo lance raízes de aperfeiçoamento e sublimação. A Boa Nova seguiu da manjedoura para as praças públicas e avançou da casa humilde de Simão Pedro para a glorificação no Pentecostes. A palavra do Senhor soou, primeiramente, sob o teto simples de Nazaré e, certo, se fará ouvir, de novo, por nosso intermédio, antes de tudo, no círculo dos nossos familiares e afeiçoados, com os quais devemos atender às obrigações que nos competem no tempo. Quando o ensinamento do Mestre vibra entre as quatro paredes de um templo doméstico, os pequeninos sacrifícios tecem a felicidade comum. A observação impensada é ouvida sem revolta.A calúnia é isolada no algodão do silêncio.A enfermidade é recebida com calma.O erro alheio encontra compaixão.A maldade não encontra brechas para insinuar-se. E aí, dentro desse paraíso que alguns já estão edificando, em benefício deles e dos outros, o estímulo é um cântico de solidariedade incessante; a bondade é uma fonte inexaurível de paz e entendimento; a gentileza é inspiração de todas as horas; o sorriso é a sombra de cada um, e a palavra permanece revestida de luz, vinculada ao amor que o Amigo celeste nos legou. Somente depois da experiência evangélica do lar, o coração está realmente habilitado para distribuir o pão divino da Boa Nova junto da multidão, embora devamos o esclarecimento amigo e o conselho santificante aos companheiros da romagem humana, em todas as circunstâncias. Não olvidemos, assim, os impositivos da aplicação com o Cristo, no santuário familiar, onde nos cabe o exemplo de paciência,...