Juventude com Jesus

Informativo da doutrina_novembro 2016_texto1

“Em verdade, Simão, ser moço ou velho, no mundo, não interessa!… Antes de tudo, é preciso ser de Deus!…” – Jesus (Cap. IX, Boa Nova)

Ainda hoje, podemos observar o entrechoque de opiniões entre os mais jovens e os mais velhos. Na família de Jesus, também havia este entrechoque de opiniões. Enquanto Pedro, André, João, Tiago, Tadeu falavam a respeito do bom aproveitamento de sua juventude quanto às pregações do Evangelho às nações, Simão acompanhava semelhantes conversações humilhado; questionando-se quanto à sua idade e as suas energias, porém, seu espírito se conservava firme e vigilante. 

Simão após expor os seus receios e as suas vacilações, observou que Jesus o fitava sem surpresa, como se tivesse pleno conhecimento de suas emoções. Jesus, então, questiona Simão: 

“(…) quem seria o mais velho de todos nós? A vida, na sua expressão terrestre, é como uma árvore grandiosa. A infância é a sua ramagem verdejante. A mocidade se constitui de suas flores perfumadas e formosas. A velhice é o fruto da experiência e da sabedoria. Há ramagens que morrem depois do primeiro beijo do sol, e flores que caem ao primeiro sopro da Primavera. O fruto, porém, é sempre uma bênção do Todo-Poderoso. A ramagem é uma esperança; a flor uma promessa; o fruto é realização.” – Jesus (Boa Nova, Capítulo IX, “Velhos e Moços”)

Após longa reflexão, Simão ainda se sentindo depauperado e envelhecido, temendo não resistir aos esforços a que se obriga a sua alma na semeadura da doutrina santa ouve Jesus com sua serenidade enérgica:

“(…) achas que os moços de amanhã poderão fazer alguma coisa sem os trabalhos dos que agora estão envelhecendo?!… Poderia a árvore viver sem a raiz, a alma sem Deus?! Lembra-te da tua parte de esforço e não te preocupes com a obra que pertence ao Todo-Poderoso. Sobretudo, não olvides que a nossa tarefa, para a dignidade perfeita de nossas almas, deve ser intransferível. João também será velho e os cabelos brancos de sua fronte contarão profundas experiências. Não te magoa a palestra dos jovens da Terra. A flor, no mundo, pode ser o princípio do fruto mas pode também enfeitar o cortejo das ilusões.” – Jesus  (Boa Nova, Capítulo IX, “Velhos e Moços”)

Diante disso, no livro “Elucidações Espíritas”, Divaldo P. Franco fala que a juventude, em todas as épocas, é a salvaguarda do progresso da humanidade. Ao jovem sempre coube a tarefa de promover a cultura e a civilização em todos os campos. Divaldo ainda cita que ‘um menino, aos doze anos, no Templo de Jerusalém, embaraçou o intelecto vazio dos doutores do Sinédrio; aos trinta, instalou uma nova era, da qual a humanidade ainda não se impregnou e, a fim de poder suportar o mundo, preparou-se por trinta anos para resistir, apenas, a três de convivência com a nossa ignorância: JESUS!’.

Para concluir, Divaldo comenta: “(…) se o indivíduo não tiver alma juvenil jamais poderá viver a alegria dos seus postulados. Por isso, aconselho: sorriam. Um semblante carregado não é de pessoa responsável, mas de amargurada e infeliz. Quem encontrou Jesus nunca mais é o mesmo. Há quem O viu, de longe, deu-lhe adeus e foi-se embora, mas quem O encontrou, quem O sentiu, não se afasta dEle nunca mais. Como o Espiritismo é a restauração da Boa Nova, quem o segue só apresenta a boa notícia com alegria.” 

Kardec complementa no livro “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, Capítulo XVIII, “Muitos os chamados, poucos os escolhidos”, item 9: “Deus é para os que são brandos, humildes e caridosos. (…) O caminho único que vos está aberto, para achardes graça perante ele, é o da prática sincera da lei de amor e de caridade.” Contudo, não importa se moço ou velho, o que verdadeiramente importa é a sinceridade à prática da lei do amor e da caridade.

E Divaldo encerra com suas palavras: “Adquira o jovem o seu espaço na Casa Espírita, amando, sendo paciente e compreendendo quem está cansado, amargurado, tornando-se amigo dos mais idosos, pois nunca, como hoje, houve tanta necessidade de amigos.” 

Muita paz!


 

XAVIER, Francisco Cândido. [psicografado por] Boa Nova. Capítulo IX, “Velhos e Moços”. Pelo Espírito Humberto de Campos. – 3.ed. 5.imp. – Rio de Janeiro: FEB, 2010, pág. 73.

FRANCO, Divaldo P.. Elucidações Espíritas. [organização: Fernando Hungria] – 1.ed. – Niterói-RJ: Sociedade Espírita Joanna de Ângelis, 1992.

KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. [tradução de Evandro Noleto Bezerra da 3.ed. francesa, revista, corrigida e modificada pelo autor em 1866]. – 2.ed. 3.imp.- Brasília: FEB, 2015.

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