MARIA DE NAZARÉ
Na Terra, em que ainda prevalecem os esquecimentos, as ingratidões e as omissões das coisas mais elevadas, é comum – infelizmente -, mesmo nos meios espíritas atuantes e esclarecidos, salvo exceções honrosas, desconhecer-se a ação e a influência benfazeja de um Espírito lirial, ao qual estamos ligados por laços de amor sublime e de proteção intercessora – a nossa excelsa Mãe Santíssima.
Ela sempre foi e é venerada na Casa de Ismael por quantos lhe compõem os quadros de obreiros.
Tendo o angélico Espírito Celina por sua intermediária junto aos aprendizes da Doutrina do Cristo de Deus, é a que jubilosamente creditamos, na Federação Espírita Brasileira, as bênçãos de luz que faz descer sobre os corações mais endurecidos e sofredores que nos batem à porta da Casa, em busca de lenitivo espiritual, de consolação e de esperança. Ela jamais deixou de atender-nos aos rogos, nas ocasiões mais aflitivas. Bittencourt Sampaio, Antônio Luís Saião, Guillon Ribeiro, Pedro Richard e Bezerra de Menezes repetidamente, nas reuniões mediúnicas realizadas, durante a longa existência da FEB pedem-nos que lhe dirijamos sempre as nossas súplicas, na certeza de sermos ouvidos e atendidos por sua carinhosa e caridosa proteção.
É este o mês de maio, em que veneramos as nossas mães. Emmanuel, referindo-se às mulheres cujos nomes a história das lutas evangélicas registrou, escreveu, estas palavras: (1)
“ (…) ainda que semelhantes heroínas não tivessem de fato existido, não podemos olvidar que, um dia, buscando alguém no mundo para exercer a necessária tutela sobre a vida preciosa do Embaixador Divino, o Supremo Poder do Universo não hesitou em recorrer à abnegada mulher, escondida num lar apagado e simples…
Humilde, ocultava a experiência dos sábios; frágil como o lírio, trazia consigo a resistência do diamante; pobre entre os pobres, carreava na própria virtude os tesouros incorruptíveis do coração, e, desvalida entre os homens, era grande e prestigiosa perante Deus.
Eis o motivo pelo qual, sempre que o raciocínio nos induza a ponderar quanto à gloria do Cristo – recordando, na Terra, a grandeza de nossas próprias mães -, nós nos inclinaremos, reconhecidos e reverentes, ante a luz imarcescível da Estrela de Nazaré”.
No dia em que na Terra finalizava sua existência, o Mestre lhe apareceu e, entre outras coisas, disse-lhe:
“-Sim, minha mãe, sou eu!… Venho buscar-te, pois meu Pai quer que sejas no meu reino a Rainha dos Anjos…”
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Logo a caravana majestosa conduziu ao Reino do Mestre a bendita entre as mulheres e, desde esse dia, nos tormentos mais duros, os discípulos de Jesus tem cantado na Terra, exprimindo o seu bom ânimo e a sua alegria, guardando a suave herança de nossa Mãe Santíssima.
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Por essa razão, irmãos meus, quando ouvirdes o cântico nos templos das diversas famílias religiosas do Cristianismo, não vos esqueçais de fazer no coração um brando silêncio, para que a Rosa Mística de Nazaré espalhe aí o seu perfume! ” (2)
Isto escreveu o Espírito Humberto de Campos.
- “Religião dos Espíritos”, Francisco Cândido Xavier, 4ª edição FEB, 1978 P. 132
- “Boa Nova”, Francisco Cândido Xavier, 14ª edição FEB, 1982, PP.205 E 208.
(Extraído da Revista Reformador de Maio de 1985 – Editorial)
Estrela
Mãezinha Querida.
Enquanto a música festiva celebra a passagem do teu dia na Terra, venho falar-te a sós.
Sei que te ocultas na humildade, como se não fosses a nossa heroína de cada dia, entretanto, estás escondida entre nós, qual estrela brilhante na escuridão! …
Ante os poemas de louvor com que te honram a bênção, entro no santuário da memória para lembrar-te. E recolho, na concha da saudade, as canções com que me guardaste o berço, as palavras de ternura com que me deste apoio aos primeiros passos, o aconchego de teu colo e o veludo de tuas mãos…
Mas revejo, igualmente, o olhar agoniado com que recebias o golpe de nossos erros e o teu silêncio misturado de lágrimas, quando nosso gesto impensado te buscava ferir. Nunca falaste em perdão, porque nunca te detiveste nas nossas faltas, para seres em nossa estrada somente amor. Sei agora, contudo, quantas cruzes invisíveis de sofrimento te algemamos no coração…
Os dias passaram, ensinando-me o alfabeto da experiência no livro de tua própria renúncia e eisme aqui, de alma renovada, para exaltar-te a glória desconhecida.
Quisera ofertar-te os mais belos tesouros do mundo, no entanto, Mãezinha, o ouro da terra é simples metal duro e frio, quando se trata de brindar uma estrela… Trago-te, assim, as flores do meu afeto, para que o perfume da minha oração de enternecimento e alegria desfaleça de amor aos teus pés, no trono de sacrifício em que Deus te coloca. E estendendo os meus braços, sequiosos de teu carinho, repito, de novo, em preces – Estrela divina, envolve-me em tua luz! …
MEIMEI
(Extraído do livro Os dois maiores amores)
SUGESTÃO DE LEITURA:
XAVIER, Francisco Cândido. [psicografado por] Boa Nova Pelo Espírito Humberto de Campos, capitulo XXX, 19ª.ed. – Brasília, DF, FEB, 1992.
XAVIER, Francisco C. [psicografado por]. Os dois maiores amores. Espíritos diversos. – 2ª Edição, São Bernardo do Campo, SP, GEEM, 1983.
XAVIER, Francisco C. [psicografado por] Mãe Antologia Mediúnica. Espíritos Diversos, Versão virtual.
XAVIER, Francisco Cândido. [psicografado por] Religião dos Espíritos. Pelo Espírito Emmanuel. Versão digitalizada em dezembro, 2016 www.luzespirita.org.br, original FEB 1960.
XAVIER, Francisco Cândido. [psicografado por] O Espírito da Verdade. Pelo Espírito Emmanuel, versão digitalizada.
O Evangelho Segundo Espiritismo, Allan Kardec, capitulo XIV, ”Honrai a vosso pai e a vossa mãe”.
Muita paz!