Na diversidade da vida somos impulsionados pela Lei do Progresso a trabalhar e servir em nome do Cristo Jesus, em diversas regiões; diversas culturas. A Família, célula de amor, é onde encontramos o terreno necessário ao nosso progresso espiritual. Com os recursos que o Pai Maior nos concede e com as experiências por nós já vividas e absorvidas vamos adubando o solo antes infértil, e semeando e colhendo, segundo as nossas obras, durante existências sucessivas…
SUGESTÃO DE LEITURA: O Livro dos Espíritos, 2ª Parte, Cap. II, “Encarnação dos Espíritos”, Objetivo da encarnação, questão 132, ver também Comentário de Kardec: “… tudo é solidário na Natureza.”.
AO SOL DO CAMPO
(Auta de Souza, psicografia de Chico Xavier)
Prossegue, semeador, alçando monte acima,
A plantação da fé na gleba da esperança,
Ara, semeia, aduba, e, intimorato, avança,
Consagrado a servir no sonho que te arrima.
Não aguardes lauréis de transitória estima
E se a nuvem de angústia e lágrimas te alcança,
Deténs na própria fé refúgio e segurança,
No grande espinheiral de amor que te sublima.
Vara vento, granizo, injúria, lama, prova
E espalha, aqui e além, a paz que te renova,
No tempo a recordar solo vivo e fecundo.
Ama, serve e constrói!… Onde lidas e esperas,
Trazes contigo a luz dos gênios de outras eras
Que promovem, com Cristo, a redenção do mundo.
Auta de Souza
É através da família que o indivíduo conquistará a si mesmo. Allan Kardec nos traz em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XIV, “Honrai a teu pai e a tua mãe”, Parentesco Corporal e Espiritual, no item 8, a seguinte explicação: “(…) Os Espíritos que se encarnam numa mesma família, sobretudo como parentes próximos, são o mais frequentemente Espíritos simpáticos, ligados por relações anteriores, que se traduzem pela afeição durante a vida terrena. Mas pode ainda acontecer que esses Espíritos sejam completamente estranhos uns aos outros, separados por antipatias igualmente anteriores, que se traduzem também por seu antagonismo na Terra, a fim de lhes servir de prova. Os verdadeiros laços de família não são, portanto, os da consanguinidade, mas os da simpatia e da comunhão de pensamentos, que unem os Espíritos, antes, durante e após a encarnação. (…)”
SUGESTÃO DE LEITURA: O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XIV, “Honra a teu pai e a tua mãe”, Instruções dos Espíritos, “A ingratidão dos filhos e os laços de família”, item 9, pelo Espírito Santo Agostinho.
Mais a frente, no Cap. XV, “Fora da Caridade não há salvação”, O Maior Mandamento, itens 4 e 5, Kardec explica a fala de Jesus na passagem de Mateus, XXII: 34-40, “Amarás o Senhor teu Deus de todo o coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento. Este é o maior e primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. Estes dois mandamentos contêm toda a lei e os profetas.”: “(…) significando que não se pode verdadeiramente amar a Deus sem amar ao próximo, nem amar ao próximo sem amar a Deus, porque tudo quanto se faz contra o próximo é contra Deus que se faz. Não se podendo amar a Deus sem praticar a caridade para com o próximo, todos os deveres do homem se encontram resumidos nesta máxima: Fora da caridade não há salvação.”
SUGESTÃO DE LEITURA: O Livro dos Espíritos, 2ª Parte, Cap. VII, “Retorno à vida corpórea”, Simpatias e antipatias terrenas, questão 386 a 391 / 3ª Parte, Cap. X, “Lei de Justiça, amor e caridade”, Caridade e amor ao próximo, questões 886 e 887.
Para reforçar o nosso estudo, trazemos a mensagem “Consanguinidade”, do livro Mãos Marcadas, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Chico Xavier, que fala sobre a família consanguínea e a família universal:
“Recebes no lar a herança do passado, com a qual reestruturas o próprio destino na direção do futuro.”
“É aí, no cadinho fervente das reações espirituais intensivas, que se nos exercita o coração para servir à família maior, a estender-se na Humanidade.”
“Recorda que, entre as quatro paredes da organização doméstica, recolhes os desafetos mais profundos para transformá-los em sagrados depósitos afetivos, sob o selo do esquecimento com que a lei do senhor socorre a vida física.”
“O Cristo reúne, nos mesmos laços de sacrifício, aqueles que se algemaram no pretérito a delitos obscuros e ajuda-os no resgate das faltas perpetradas em comum, sustentando-os nos conflitos purificadores que tantas vezes surgem, estranhos e contundentes, nos elos da consanguinidade.”
“Se possuis ao teu lado alguém que se constitua num fardo vivo a carregar, compadece-te e ajuda sempre.”
“Todos nós, quando no mundo, recebemos a imposição de auxiliar aqueles que, retardados na senda evolutiva, esperam de nosso esforço a migalha de luz que os arrebatará ao domínio das trevas.”
“Se foste defrontado, contrariamente aos teus sonhos, por familiares que não se harmonizam com o teu modo de ser, lembra-te de que o credor antigo comparece em tua casa, reclamando-te pagamento.”
“Se surpreendes, naqueles em que depunhas a melhor esperança, modificações que te envolvem nas inquietantes vibrações do desapontamento e da amargura, silencia, desculpa e segue adiante, amparando-os como puderes.”
“Não valem a deserção das obrigações regeneradoras ou a fuga da renunciação ao áspero serviço que nos cabe atender, porque amanhã a vida constranger-nos-á, de novo, a regressar ao cálice de fel menosprezado, a benefício de nossa própria cura.”
“Ama aqueles que o Senhor te confiou quais são e não como desejarias tu fossem eles, porque, pelos teus votos bem cumpridos, encontrarás o caminho do acesso à sublime comunhão nas alegrias de tua família espiritual.”
Emmanuel
SUGESTÃO DE LEITURA: O Livro dos Espíritos, 3ª Parte, Cap. VII, “Lei de Sociedade”, Laços de família, questão 775.
Seguindo este pensamento, em O Livro dos Espíritos, Cap. VIII, “Lei do Progresso”, Civilização, questão 791, Allan Kardec pergunta: “A civilização se depurará um dia, de modo a fazer que desapareçam os males que haja produzido?” E os Espíritos respondem: “Sim, quando o moral estiver tão desenvolvido quanto a inteligência. O fruto não pode surgir antes da flor.”
Que possamos compreender o objetivo de nossa atual existência, no reduto do nosso lar, com a família com que fomos agraciados por misericórdia divina, aprendendo a aceitar o nosso próximo como ele é e buscar a nossa melhoria espiritual na escola da vida; tendo consciência de que é na diversidade que devemos amar o nosso próximo, servindo a Deus e a Jesus Cristo e construindo o progresso da Humanidade!
Muita paz!
KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. [tradução de J. Herculano Pires]. – 64ª.ed. – São Paulo: LAKE, 2007.
KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. [tradução de Evandro Noleto Bezerra a partir da 2ª, 4ª, 5ª, 6ª, 10ª e 12ª.edições francesas. – 4.ed. – 2.imp. – Brasília: FEB, 2014.
XAVIER, Francisco Cândido. [psicografado por] Auta de Souza. Pelo Espírito Auta de Souza – 12ª.ed. – Araras, SP: IDE, 2013.
XAVIER, Francisco Cândido. [psicografado por] Mãos Marcadas. Espíritos Diversos. Prefácio de Maria Dolores – 19ª edição, Araras, SP: IDE, 2014.