“Quando raiou a manhã do dia 18 de abril de 1857, Paris mal podia supor que estava iniciando uma nova era para a humanidade. A livraria Dentu tinha em sua vitrine um livro capaz de mudar o mundo, se os homens assim o quisessem. Passados, hoje, 148¹ anos, o livro continua tão atual quanto naquela manhã do seu lançamento. Logicamente ele precisa apenas de adequação aos termos científicos e alguns conceitos das ciências. Os fenômenos das mesas girantes e falantes, importados pela França, dos Estados Unidos da América do Norte, sofreram todo tipo de ataques, de escárnio, ridículo e sarcasmo. Segundo os pensadores da época, na França, o ridículo mata. Entretanto, O Livro dos Espíritos enfrentou o ridículo e venceu, porque veio direcionar os fenômenos insólitos para a via filosófica, e Allan Kardec afirmava que as mesas girantes era apenas o ABC daquela ciência filosófica que levava à consequências morais. Porém, apesar de muitos críticos se renderem às evidências, muitos outros continuaram a martelar o Espiritismo com o ridículo, pois viam seus interesses imediatos prejudicados. Vendo, porém, que o sarcasmo era uma arma insuficiente, apelaram para ataques morais, acusando os espíritas de pregarem o aborto, o divórcio, a desobediência familiar e sobretudo de provocar a loucura. Entretanto, Allan Kardec provou que, ao contrário disso, o Espiritismo preserva a família, defende a vida e cura a loucura, como também, é o melhor preventivo contra a alienação mental. O Livro dos Espíritos está aí, há 148² anos iluminando o mundo. O Espiritismo mostrou-se capaz de resistir a todos ataques, desde a zombaria até os ataques morais, mas se existe algo que pode destruí-lo, são os próprios espíritas, através da sua ignorância, vaidade, amor-próprio, desunião. O Livro dos Espíritos veio revelar a imortalidade por inteiro. Os chamados mortos vieram despertar os vivos sepultados nas descrenças ou ignorâncias e proclamar a perenidade da vida. O sol que banhou Paris naquela manhã de 18 de abril de 1857, encontrou outro sol que emitia intensa luz nas prateleiras de uma livraria. Sua missão é a de esclarecer os homens, quanto a ideia de Deus, a existência e imortalidade da alma, do perispírito, da reencarnação e causa e efeito, livre-arbítrio mediunidade e mundos habitados, e muitas outras coisas. Mas para o Espiritismo ser uma realidade dependerá muito de nós, os espíritas, pois, emergir da era da matéria para a luz cristalina do espírito, requer esforços, estudo e dedicação. ”
¹ O artigo foi escrito em 2005, assim sendo faz 162 anos ao invés dos 148 anos mencionados.
² idem
(Extraído do Site Portal do Espírito, DEL CHIARO, Amílcar, 18 de abril de 1857 – Data de nascimento do Espiritismo, 2005, https://espirito.org.br/artigos/18-abril-1857)
30 de abril de 1856.
(Casa do Sr. Roustan – médium: Srta. Japhet)
Primeira revelação da minha missão
“Eu assistia, desde algum tempo, às sessões que se realizavam em casa do Sr. Roustan e começara aí a revisão do meu trabalho, que posteriormente formaria O Livro dos Espíritos. (Veja-se a Introdução.) Numa dessas sessões, muito íntima, a que, apenas assistiam sete ou oito pessoas, falavam estas de diferentes coisas relativas aos acontecimentos capazes de acarretar uma transformação social, quando o médium, tomando da cesta, espontaneamente escreveu isto:
“Quando o bordão soar, abandoná-lo-eis; apenas aliviareis o vosso semelhante; individualmente o magnetizareis, a fim de curá-lo. Depois, cada um no posto que lhe foi preparado, porque de tudo se fará mister, pois que tudo será destruído, ao menos temporariamente. Deixará de haver religião e uma se fará necessária, mas verdadeira, grande, bela e digna do Criador…. Seus primeiros alicerces já foram colocados…. Quanto a ti, Rivail, a tua missão é aí. (Livre, a cesta se voltou rapidamente para o meu lado, como o teria feito uma pessoa que me apontasse com o dedo.) A ti, M…., a espada que não fere, porém mata; contra tudo o que é, serás tu o primeiro a vir. Ele, Rivail, virá em segundo lugar: é o obreiro que reconstrói o que foi demolido”.
NOTA — Foi essa a primeira revelação positiva da minha missão e confesso que, quando vi a cesta voltar-se bruscamente para o meu lado e designar-me nominativamente, não me pude forrar a certa emoção.
O Sr. M…, que assistia àquela reunião, era um moço de opiniões radicalíssimas, envolvido nos negócios políticos e obrigado a não se colocar muito em evidência. Acreditando que se tratava de uma próxima subversão, aprestou-se a tomar parte nela e a combinar planos de reforma. Era, aliás, homem brando e inofensivo”.
(Extraído do livro Obras Póstumas, de Allan Kardec, 40ª ed., FEB ED., 2ª parte, Primeira revelação da minha missão)
ESPIRITISMO
Espiritismo é uma luz
Gloriosa, divina e forte,
Que clareia toda a vida
E ilumina além da morte.
É uma fonte generosa
De compreensão compassiva,
Derramando em toda parte
O conforto d’Água Viva.
É o templo da Caridade
Em que a Virtude oficia,
E onde a bênção da Bondade
É flor de eterna alegria.
É árvore verde e farta
Nos caminhos da esperança,
Toda aberta em flor e fruto
De verdade e de bonança.
É a claridade bendita
Do bem que aniquila o mal,
O chamamento sublime
Da Vida Espiritual.
Se buscas o Espiritismo,
Norteia-te em sua luz:
Espiritismo é uma escola,
E o Mestre Amado é Jesus.
Fontes: Casemiro Cunha – “Parnaso de Além-Túmulo”
SUGESTÃO DE LEITURA:
- KARDEC, Allan – Obras Póstumas
- DOYLE, Arthur Conan – História do Espiritismo
Muita paz!
- Site Portal do Espírito, DEL CHIARO, Amílcar, 18 de abril de 1857 – Data de nascimento do Espiritismo, 2005, https://espirito.org.br/artigos/18-abril-1857.
- Obras Póstumas, de Allan Kardec, 40ª ed. 2ª parte, Primeira revelação da minha missão.